Você está aqui: Página Inicial / Notícias / Compromisso social é enfatizado em homenagem a Leopoldo de Meis durante a 67ª Reunião da SBPC

Compromisso social é enfatizado em homenagem a Leopoldo de Meis durante a 67ª Reunião da SBPC

“Espero que as pessoas que ele formou tenham também essa força, esse desejo de inclusão social”

O professor e cientista Leopoldo de Meis, falecido no final de 2014, foi homenageado em uma sessão realizada na programação de ontem (13/7) da 67ª Reunião Anual da SBPC. A sessão, coordenada por Helena Nader, Presidente da SBPC, contou com a participação de pesquisadores que desenvolveram diversos trabalhos em parceria com De Meis, como Jorge Almeida Guimarães, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), João Batista Calixto, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Paulo Arruda, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Antônio Galina, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Denise Pires de Carvalho, também da UFRJ.

Durante o tributo, os pesquisadores relataram um pouco da trajetória de atuação de Leopoldo de Meis, que além de ser referência na área de Bioquímica, fez importantes contribuições para a Sociologia da Ciência, a educação científica e a Cientometria. Em uma fala bastante emocionada, Helena Nader lamentou a necessidade de realizar essa homenagem a um companheiro que, além de cientista, falava sobre inclusão social muito antes desta se tornar pauta nacional.

Para Denise Pires de Carvalho, que foi aluna de Leopoldo De Meis no curso de Medicina e, mais tarde, se tornou sua parceira de pesquisa, De Meis foi um exemplo não só de pesquisador, mas de pessoa. “Ele foi um típico italiano, porque é uma característica do italiano a paixão, o envolvimento. Ele se envolvia de forma visceral. Colocava a sua digital em tudo, no relacionamento com a família, com os colaboradores, às vezes de forma muito dura, o que era positivo, pois nos fazia crescer”, afirmou.

Todos os participantes fizeram questão de mencionar a paixão de De Meis pelas áreas social e de Educação, que o levou a publicar vários livros de divulgação científica, criar programas de inclusão de jovens vindos de classes menos favorecidas e, até mesmo, à produção e atuação em peças teatrais, por entender que o cientista tinha, acima de tudo, um compromisso social. Como exemplo, João Batista Calixto enfatizou uma das afirmações de De Meis, que dizia não saber se era mais importante publicar um artigo revolucionário em uma revista científica como a Nature ou a Science ou ver um jovem carente da rede pública feliz ao entrar na universidade.

Esta frase marca bem o que ele defendia. Dedique um pouco do seu tempo e você ficará feliz em ver que esses alunos vindos da rede pública são tão bons quanto os estudantes que já estão lá na universidade”, relembrou Calixto, que também resgatou que De Meis era uma pessoa inquieta, que corria atrás dos recursos necessários, insistia até conseguir. “Espero que as pessoas que ele formou tenham também essa força, esse desejo de inclusão social, sem fazer disso uma questão política.”


Texto: Paula Penedo (Comissão de Comunicação da Reunião Anual / FAI-UFSCar)

registrado em: