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Laboratórios e organizações curriculares são iniciativas no ensino de Engenharia

Ações foram apresentadas a professores, estudantes e gestores durante mesa redonda sobre a educação em Engenharia

O que o aluno precisa saber e o que as escolas ensinam. Esse foi um dos focos para reflexão propostos por José Roberto Cardoso, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), na abertura da mesa redonda “Pensando a educação em Engenharia”, que aconteceu na tarde de quinta-feira (16/7) e reuniu professores e gestores para discutir o assunto.

Mudanças climáticas, tecnologias digitais, Internet, permanência das desigualdades sociais e dependência de fontes energéticas não renováveis são algumas questões que precisam estar no foco do novo engenheiro, na opinião de Helio Waldman, da Universidade Federal do ABC (UFABC). “O engenheiro do século XXI precisa de uma expertise disciplinar. Mas ela não é suficiente. É preciso que o engenheiro tenha foco nessas novas problemáticas de maneira interdisciplinar. E tem de saber se comunicar com pessoas de áreas da Saúde, Ciências Sociais, advogados, dentre outras”, salientou Waldman.

Lançado o desafio, os palestrantes apresentaram ao público – professores, pesquisadores e alunos de Engenharia – iniciativas colocadas em prática em duas instituições de Ensino Superior no Brasil. Carlos Henrique Ribeiro, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), contou a experiência de interação do ITA com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), referência nos Estados Unidos. “Com a objetividade peculiar dos americanos, o MIT fez uma análise do ITA e percebeu que havia a necessidade de desenvolver uma cultura de inovação em educação e pesquisa”, contou.

A mudança, então, foi no sentido de colocar a Engenharia como parte de um contexto que permitisse ao estudante focar em um objeto concreto da realidade. Buscando a inovação na forma de ensinar, o ITA implantou o projeto “D-Lab”, que proporciona ao aluno conviver com esses contextos desde o início do curso. Um dos exemplos apresentados por Ribeiro foi a construção de um foguete para uma competição.

O Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), por sua vez, iniciou um projeto de reestruturação curricular dos seus cursos de Engenharia, considerando as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), e também se apoiou em uma pesquisa feita pelo MIT que mostrava o descompasso entre o conteúdo aprendido nas universidades e o que é utilizado pelos profissionais de Engenharia.

Com 110 milhões de Reais doados ao projeto, o Insper buscou a criação de um novo curso de Engenharia, inspirado também na Olin College of Engineering, dos Estados Unidos, que possui uma metodologia inovadora de desenvolvimento de currículo. “A Engenharia é um processo que deve partir de uma necessidade das pessoas e resultar em produtos e serviços para essas pessoas, melhorando as suas vidas”, declarou Irineu Gustavo Gianesi, do Insper, que citou mais uma iniciativa inspirada no MIT. Trata-se do Fab-Lab, um conceito de laboratório de fabricação digital. O laboratório tem equipamentos como impressoras 3D e cortadoras a laser e é nessa estrutura que os alunos projetam e fabricam seus materiais.

 

Texto: Denise Britto (Comissão de Comunicação da Reunião Anual / CCS-UFSCar)

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