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Mesa-redonda aborda aspectos legais, políticos e econômicos do BRICS

Debate contou com especialistas em Economia, Direito e Relações Internacionais para analisar o papel do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul no contexto mundial

Ontem (14/7), a 67ª Reunião Anual sediou encontro com especialistas em Economia, Direito e Relações Internacionais para analisar a influências do BRICS – bloco formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – no cenário internacional. O debate foi mediado por José Monserrat Filho, da Agência Espacial Brasileira, e contou com a presença do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães; do professor Paulo Borba Casella, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo; e de José Eduardo Cassiolato, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães iniciou os debates com as particularidades do BRICS, um bloco que reúne países com características heterogêneas, principalmente na formação política, que vão da democracia aos regimes mais autoritários. A palestra também abordou a participação do bloco nas relações políticas e econômicas, enfatizando as relações comerciais entre o Brasil e a China, os investimentos e importações de produtos chineses e a exportação de matérias-primas.

Já o professor Paulo Casella analisou o relacionamento político entre os países no âmbito do Direito Internacional. Com um levantamento histórico, Casella analisou o processo de inserção dos países na política e economia internacionais, abordando as transformações da Rússia após a Guerra Fria e da África do Sul após o Apartheid, a colocação da Índia como potência nuclear e o processo de inserção do Brasil na agenda internacional.

Para finalizar as apresentações, José Eduardo Cassiolato aprofundou as questões econômicas e, em especial, as crises econômicas e o crescimento da economia chinesa. Cassiolato destacou as políticas de desenvolvimento da China, com um grande contingente de mão-de-obra barata para produção direcionada à exportação e grandes investimentos estatais em capacitação, pesquisa, inovação e infraestrutura. “O futuro aponta para transformações radicais e os BRICS podem atuar de maneira significativa nessas mudanças”, afirmou o professor. No caso do Brasil, Cassiolato defendeu a necessidade de implantação de políticas de defesa territorial e da soberania do País. Também foi abordada a instalação do banco de financiamento para atender às demandas do Bloco e investimentos em escala global. “Investimentos em intraestrutura de longo prazo não são feitos pelo capital privado, mas sim pelo Estado”, argumentou o professor.

 

Texto: Enzo Kuratomi (Comissão de Comunicação da Reunião Anual / CCS-UFSCar)

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