Na comemoração dos 30 anos do MCTI, avanços e desafios deram o tom da cerimônia
Em comemoração aos 30 anos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), aconteceu ontem (13/7) na Reunião Anual uma sessão especial que prestou homenagens, relembrou momentos históricos e toda a trajetória de consolidação do órgão no Brasil.
A sessão especial, coordenada pela Presidente da SBPC, Helena Nader, contou com a participação do atual Ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo; dos ex-Ministros Marco Antônio Raupp, Roberto Amaral e Ronaldo Sardenberg; do Presidente da Academia Brasileira de Ciências, Jacob Palis; do Reitor da UFSCar, Targino de Araújo Filho; e do Presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Sergio Gargioni.
Helena Nader relembrou o papel de destaque que a SBPC teve na criação do MCTI e mostrou que, em 30 anos, o Brasil obteve grandes avanços científicos. “Temos que nos orgulhar do que já somos e do que conquistamos em tão pouco tempo. Todas as áreas estão crescendo no País, com destaque para Medicina, Agricultura, Ciências Animais, Botânica e Bioquímica. A Ciência no Brasil ainda é muito recente, mas ainda assim os avanços são significativos e devem ser motivo de orgulho”, enfatizou.
A Presidente da SBPC também mostrou informações que apontaram que, nos últimos 30 anos, o Brasil avançou em número de artigos e citações. “Estamos no caminho, mas ainda é preciso relacionar constantemente o financiamento com a política, investir para que os jovens tenham financiamento necessário para pesquisa e para que assim não percam o fôlego”, afirmou. Para a Helena Nader, os 30 anos de existência do MCTI foram de acerto. “Houve altos e baixos mas, em momentos de crise, muitas vezes encontramos a solução”.
Em seguida, o evento contou com uma homenagem a Renato Archer, primeiro ministro da história do MCTI. Para Sardenberg, Archer foi um grande pioneiro da Ciência no Brasil e, a partir de então, o MCTI conquistou a confiança do País. “É vocação do Ministério coordenar esforços de inovação. Ciência, tecnologia e inovação agregam qualidade e contribuem para a formação de pesquisadores no País”, afirmou. Lembranças de acontecimentos importantes na trajetória de 30 anos do MCTI marcaram o conjunto de pronunciamentos na sessão especial. Raupp relembrou episódios marcantes nesses últimos 30 anos. “Tive o prazer de aprender com pioneiros como Archer e, a partir de 1985, entrei na luta política de Ciência e Tecnologia no Brasil”, expressou.
Para Roberto Amaral, essa trajetória trouxe avanços essenciais. “Conseguimos um aumento no número de bolsas de pós-graduação no exterior e no Brasil e reajuste nos valores das bolsas. Tivemos como prioridades a recuperação no ensino da Física, o desenvolvimento da área cibernética e informática e o projeto da Lei de Inovação”, marcou. Para o ex-ministro, os números modestos do Brasil em inovação vêm crescendo. “É preciso olhar o ápice da montanha e assumir com o País o compromisso de manter e fortalecer a pesquisa e a inovação”, ressaltou.
Na opinião de Jacob Palis, é preciso cuidar para que o Brasil ocupe um lugar cada vez mais destacado na ciência, tecnologia e inovação no mundo. “Precisamos elevar a um nível mais alto a cooperação internacional, que é uma área frágil ainda no País. O MCTI pode contar com o apoio da academia”, reforçou.
O atual ministro Aldo Rebelo finalizou a cerimônia também relembrando momentos importantes da trajetória do MCTI, como a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e a valorização de parques tecnológicos. “É preciso equilíbrio para prosseguir essa marcha que todos os ministros anteriores fizeram. Este é um momento de reflexão, agradecimento, reconhecimento e, sobretudo, gratidão com os que fazem e lutam pela CT&I no Brasil”, finalizou.
Texto: Adriana Arruda (Comissão de Comunicação da Reunião Anual / CCS-UFSCar)