Venenos e toxinas naturais foram tema de conferência durante a Reunião Anual

Na conferência “Venenos e toxinas: explorando a biodiversidade para o bem e para o mal”, que aconteceu na quinta-feira (16/7), Jorge Guimarães, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), abordou, diante da biodiversidade brasileira, as possibilidades de aplicações de toxinas e venenos produzidos por plantas e animais.

Durante sua apresentação, Guimarães apresentou a dualidade entre o bem e o mal provocados por produtos naturais, como, por exemplo, o “curare”, veneno utilizado pelos povos indígenas da América do Sul para imobilizar as presas nas caçadas que possibilitou o desenvolvimento de relaxantes musculares. Outro exemplo foi a utilização de veneno de animais peçonhentos como base para o desenvolvimento de fármacos, como ocorreu com o captopril, medicamento utilizado para controle da pressão arterial criado a partir do veneno da jararaca. No tratamento do câncer, também já existem medicamentos feitos com base em produtos naturais, como a ricina, proteína tóxica presente na semente da mamona que atua em terapias específicas contra células tumorais, e a vincristina, que inibe o processo de divisão celular.

Os produtos naturais possuem uma diversidade de fontes e aplicações. As propriedades de toxinas e venenos podem ser aplicadas, por exemplo, na produção de inseticidas e fungicidas com ações mais específicas sobre determinadas pragas. Guimarães salientou a importância de desenvolver pesquisas para atender as necessidades da população e despertou o interesse da plateia para o desenvolvimento de pesquisas. “A biodiversidade é algo muito bonito, mas é importante conhecer e, para conhecer, é necessário estudar”, afirmou.

Texto: Enzo Kuratomi (Comissão de Comunicação da Reunião Anual / CCS-UFSCar)